sexta-feira, 12 de setembro de 2008

Camille Claudel: uma vida atormentada e apaixonada

O texto sobre a vida de Camille Claudel foi feito por mim em 2006, quando o MAES – Museu de Arte do Espírito Santo - fez a exposição "Camille Claudel, a sombra de Rodin", onde os visitantes tiveram a oportunidade de apreciar as obras "A Valsa" e "O Abandono" (minha preferida!) de Camille e "O Pensador" de Rodin. Camille foi uma mulher que quebrou laços com sua classe social e com as normas de conduta de sua época. A vida dessa escultora francesa foi marcada por paixão, sofrimento, revolta e romance.

Camille Claudel (1864-1943)

Camille Claudel nasceu em 8 de dezembro de 1864 na França, segunda entre quatro irmãos de uma família burguesa Francesa. Ainda criança, com talento precoce, produziu várias esculturas. Por sugestão de seu professor, o escultor Boucher, mudou-se para Paris.

Em Paris, Boucher a encaminhou para Rodin, tornando-se assim, a primeira mulher a quem Rodin deu aulas.

A vida de Camille Claudel sempre foi palco de especulações, em razão de seu relacionamento amoroso com seu professor, mentor intelectual e amante, Auguste Rodin. O romance serviu para ofuscar seu trabalho como artista e para que ela fosse rejeitada pela sociedade por esculpir figuras nuas. Mas o fator determinante para os transtornos, tratava-se de um embate de natureza artística entre a intuição criativa de Camille e o apuro conquistado em anos de estudo pelo escultor Auguste Rodin.

O seu relacionamento influenciou toda sua obra. Quando Camille esculpiu "O Busto", ela o fez rude e forte, e sua obra mais famosa, "A Valsa", marca o coroamento da relação de ambos e da sua realização como escultora. Camille foi, sem dúvida, a maior escultora do final do século passado e suas obras retratam, com ênfase, o sentimento humano.

O romance entre Claudel e Rodin durou 15 anos e o afastamento definitivo ocorreu por volta der 1898. Rodin não admitia as diferenças de potencial criativo entre ele e Camille.

Após o término, Camille passou a viver isolada em seu atelier e continuou a esculpir. Longe dele, começaram os problemas financeiros e sinais de distúrbios mentais. O fracasso, o álcool e o descrédito, somados as suas muitas decepções, fizeram-na indignar-se a tal ponto que destruiu grande parte do próprio trabalho.

Após a morte de seu pai, que era seu porto seguro, foi internada em um hospital para doentes mentais. O diagnóstico do médico que a examinou falava de loucura incurável e irreversível. Ela desencadeou crises cada vez mais fortes de paranóia e dizia que Rodin estava roubando suas idéias e seus trabalhos. Morreu em 19 de outubro de 1943, 30 anos após sua internação, sem nunca ter recebido a visita da mãe.

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