terça-feira, 26 de abril de 2011

50 Anos a Mil



“Sabia que ainda tinha comigo o plástico em que guardava a cocaína e também, esquecido há meses, atrás na minha calça, um galho de maconha do século passado cuja existência só vim a saber na hora da revista. Fomos eu, o pobre Ricardo, que não tinha nada a ver com a história, nunca sequer provou alguma substância entorpecente que não fosse televisão. Acharam a bagaça no meu bolso e me deram voz de prisão. Cheguei na delegacia, muito simpático, propondo reformas urgentes: o ventilador não funcionava, a máquina de escrever também…os telefones estavam cortados por falta de pagamento, realmente, uma penúria. Fiquei verdadeiramente penalizado com aquele pessoal trabalhando, dando duro em condições tão precárias. Paguei a fiança e me mandei pra casa. Encontram 0,8 decigramas raspados do plástico da cocaína e o tal centenário galho de maconha. Um Pablo Escobar de calças curtas!”.
Esse é apenas um trecho de “50 Anos a Mil”, autobiografia de Lobão, cantor e compositor de grandes sucessos, onde ele escancara sua vida e fala abertamente sobre o período passado na cadeia, as vaias recebidas no Rock in Rio, o suicídio dos pais, a depressão que sofreu e toda sua trajetória turbulenta na música. O livro termina em 2008, quando ele vai morar em São Paulo, deixando para trás sua “vida louca, vida”.

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